quarta-feira, 28 de outubro de 2015

6 erros comuns que atrapalham o rendimento do estudo

Já teve aquela sensação de que, por mais que estude, a música (ou parte dela) nunca fica pronta? Caso você REALMENTE estude bastante, talvez esteja fazendo alguma coisa errada no processo de preparação. Confira os erros mais comuns:

1) POSICIONAMENTO: como em qualquer atividade física, uma postura incorreta pode, além de causar dores na musculatura (desde um incômodo leve até uma tendinite aguda!), atrapalhar algum aspecto da performance: sonoridade, velocidade e/ou precisão. Por isso a importância de, desde o começo, acostumar-se a tocar na posição correta de altura, costas, ombros, braços, pulsos e dedos. Na fase inicial do curso, muitos alunos (e professores!!!) negligenciam a postura ao piano para ter uma coisa a menos com que se preocupar, facilitando o estudo. Porém, esse começo menos exigente acessível iludirá o aluno a respeito de seu real desenvolvimento: ele se acostumará a tocar com a postura incorreta e esta o impedirá de avançar aos níveis mais exigentes tecnicamente;

2) Você está usando um DEDILHADO inadequado: decidir qual dedo utilizar no momento em que estiver tocando só funciona em peças/trechos fáceis ou se você estiver tocando muito devagar. Além da importância de se usar sempre o mesmo dedilhado, é preciso levar em consideração a velocidade na qual o trecho deverá ser tocado quando for defini-lo, pois uma seqüência que funcione tocando lentamente, talvez não funcione quando executada mais rápido (veja, no blog: 7 motivos para obedecer o dedilhado marcado);

3) O ANDAMENTO está muito rápido: um erro muito comum é querer tocar já na velocidade correta desde a fase inicial de estudo. Pesquisas recentes mostram que o meio mais rápido de assimilação é tocar o mais certo possível desde o começo do estudo. E quanto mais lento você toca, mais tempo de raciocínio você dá ao seu cérebro, diminuindo a chance de cometer algum erro. Na fase inicial de preparação, primeiro devemos decifrar e programar a cabeça para processar todas as informações necessárias para a execução correta. Somente depois que essa primeira etapa estiver resolvida é que passamos a nos preocupar com o andamento, utilizando um metrônomo para conferir toda a parte rítmica e atingir a velocidade correta de execução (veja, no blog: 8 passos de como estudar com metrônomo);

4) O NÍVEL DE DIFICULDADE é mais alto do que está acostumado: situação muito comum no curso de Piano Erudito, onde trechos difíceis necessitam de semanas (ou até meses!) de estudo para ficarem prontos. Se você está estudando corretamente (obedecendo todas as etapas e procedimentos necessários) e não percebe uma melhora significativa, mesmo depois de muito estudo, na realidade você precisa apenas continuar estudando, ou seja, estudar mais do que está costumado. Na impossibilidade de aumentar seu período de estudo, terá que se conformar com um tempo maior para peças com níveis mais altos de dificuldade ficarem prontas (veja, no blog: 7 dicas para seu estudo render mais);

5) Você está estudando num INSTRUMENTO INADEQUADO: como se trata de um objeto caro, nem sempre o aluno tem, à sua disposição, um instrumento de boa qualidade. Apesar de existirem diversas possibilidades de modelos (inclusive instrumentos usados ou semi-novos, com preços mais baixos), nem todos oferecem condições ideais de estudo. Assim, passagens que saem perfeitamente em casa, podem não sair quando executadas em outro instrumento (situação, esta, que ocorrerá, fatalmente, na aula ou num recital). O mesmo acontece com instrumentos desafinados, quebrados e/ou desregulados. Consulte, neste blog, o artigo Piano acústico, digital ou teclado? para saber qual o modelo indicado em cada situação;

6) ERROS DESPERCEBIDOS: por ter mais experiência/conhecimento e, na condição de ouvinte, poder se concentrar apenas na execução do aluno, o professor tem muito mais condições de avaliar uma performance. Ao estudar sozinho, o aluno precisa ter atenção redobrada na fase de preparação: se algum erro passar despercebido, terá a falsa impressão de que está tocando corretamente. Na maioria das vezes, quando deixamos de nos preocupar com algum aspecto da peça (o dedilhado marcado, o uso correto do pedal, a precisão rítmica, a regularidade da pulsação, etc.), acabamos, sem perceber, tornando a sua execução mais fácil, contribuindo para uma autocrítica equivocada. Experimente gravar sua performance para poder se observar sem "envolvimento", passando, assim, para o papel de ouvinte e melhorando as suas condições de avaliação.

Vale, ainda, ressaltar que TOCAR não é o mesmo que ESTUDAR: ficar bastante tempo tocando no instrumento não significa, necessariamente, que você esteja estudando realmente. Estudar é fazer os métodos/exercícios propostos pelo professor, da maneira que foi orientado em aula, repetindo o processo de preparação até que atinjam a performance desejada. Ficar simplesmente repetindo a música várias vezes, sem fazer os procedimentos para corrigir os erros, só fará com que você se acostume com a execução errada!

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